quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A empresa que eu amo



O problema operacional salta aos olhos de qualquer indivíduo inteirado dos problemas de sua empresa, a solução parece sempre ser o resultado de um estudo de planejamento, para que a engrenagem com problema gire conforme o ritmo esperado. Para tanto, são premissas básicas sentar, pensar, organizar e aplicar o novo sistema criado. Isso dá um pouco de trabalho, toma tempo, mas depois é só  “pau-na-maquina”. Infelizmente a resposta quase sempre não está só no melhoramento das engrenagens, mas na soma delas - Apesar dos termos, ainda estamos falando do ser humano que opera a máquina, afinal até o fim dos dias, ainda espero que precise de pelo menos um empregado para fazer a maquina “tomar pau”.
            Ao passo que estamos seguindo a evolução natural da produção: diminuir pessoal e aprimorar processos, estamos também desenrolando a grande onda da empresa avalizada, certificada, aprovada, etc. Os resultados desses aprimoramentos são científicos, eles dão certo, mostram resultado. De fato, não teria como dar errado, afinal anota-se desde os segundos que durou a sua conversa ao telefone com o seu cliente, até o número de vezes que você apertou o botão da máquina 14.
            Algo de errado nisso? Claro que não, isso nada mais é do que uma empresa que quer o controle de suas ações. Mas o desafio não é esse. Tente contar os segundos que você fala no telefone com seu cliente e contar o numero de vezes que você aperta o botão da maquina 14 ao mesmo tempo. Assim que conseguir segure o certificado de empresa hiper-controlada, claro, segure com a boca, porque uma mão está com o telefone a outra no botão.


O semblante desse trabalhador é interessantíssimo, ele consegue enxergar o processo, consegue ver que dá certo, admira as fatiotas dos agentes que ajudaram a inserir o novo modelo de empresa, entretanto, uma agonia paira em seus olhos, pois quase que no mesmo instante em que ele recebe a noticia de como vão ficar as coisas “daqui para diante”,  vem a duvida: “ - Pergunto ou não ao chefe, quando chegarão os contratados para fazer todo esse trabalho?”
            Após meio centésimo de segundo essa dúvida se esvai, ele sabe que AGORA, é tudo com ele. O processo novo dá certo, vejam só! Só depende de quem? Dele! Dele todinho, sua mão esquerda, a direita, o lóbulo frontal do cérebro enfim... toda a massa cinzenta que puder. A empresa estará em boas mãos “daqui para frente”.  Afinal se não estiver dando certo sabemos onde está o furo. Porque o sistema esse sim, custou caro porque funciona. O empregado... iiih esse ta barato, vizinha!


Grande abraço.

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